Atualmente, nessa era, nos dias de hoje, ou qualquer outra expressão clichê que se refira ao que estamos vivendo, não estamos fazendo jus ao nome "presente". Seja porque o passado ainda não foi resolvido, ou porque o futuro parece um lugar melhor para se viver, ignoramos a caixa que apareceu em nossa porta. Talvez porque o embrulho seja menos do que esperávamos no passado, quando o presente ainda era um futuro brilhante.
Não sabemos falar dos nossos sentimentos, porque não sabemos nem sequer como sentí-los. Aprendemos que demonstrar qualquer coisa é sinal de fraqueza e construímos um forte com tijolos de orgulho, grudados um ao outro com tantas decepções que precisamos de mais tijolos, para reconstruirmos Babel, a torre da confusão. Não sabemos mais como falar a mesma língua.
Um século onde é tão fácil mandar uma mensagem, deveria ser a chave para a aproximação das pessoas, mas ao invés disso nos tornamos cada vez mais apáticos ao que acontece com o próximo. O mundo não está preparado para ouvir o que sentimos, mas não faz diferença, porque nós já não sabemos mais sentir.
O seu primeiro beijo não acontecerá novamente, aquele buquê de flores não vai se desmurchar e o passado não vai se desfazer porque você não gosta dele. Mas você pode beijar de novo, plantar um jardim e escrever um futuro vivendo o seu presente. Faça tijolos de resiliência, use suas decepções para construir algo mais bonito. Os arranha-céus hoje riem de Babel, faça o mesmo.
Para terminar o texto com algo tão clichê quanto o começo: não é tarde para recomeçar.