quarta-feira, 22 de março de 2017

Novo endereço

 Virando aquela velha esquina, manchou a nova roupa. A sujeira que já havia esquecido, retorna sujando de novo, o novo.
 Manchando o que se tem de bonito, colocando em prova a resiliência que não é tão íntima. O embrulho do presente não parecia estar recheado de estrume do passado.
 Mas como esquecer? Como limpar? Como não passar na mesma esquina?
 Ignorando os carros que passaram na sua rua, seguiu em frente e mudou de avenida, esperando que não haja buracos cheios de lama para manchar o vestido que acabou de trocar.
 Vai que o presente que recebeu no novo endereço só tenha futuro... Nunca se sabe o que acabou de encontrar.